segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Quando só se ouve o silêncio...


Senta aí. Hoje eu não quero saber o que ocorreu na China ou se a bolsa despencou. Danem-se todos os outros problemas do mundo. Eu quero ver a sua ferida. Eu quero sentir na pele o anzol que te fisgou, o sangue que jorrou daí. Tira essa blusa. Não quero nada entre nós dois, atrapalhando nossa sintonia. Permita o meu toque, as minhas mãos caçando cada falha na tua epiderme. Arrepia até a alma, que eu quero fazer-te sentir também.

Essas cicatrizes e feridas mal curadas por debaixo de toda essa gaze não me enganam. Deixa-me vê-las, tocá-las. Quem sabe melhorá-las...? É isso que te faz fraco, sereno, humano. É isso que te faz homem. Meu homem. Ao menos por essa noite... Aqui e agora, nessa sala fria, iluminada por um azul pouco celeste.

Pode despir-se. Não me engana mais com toda essa folhagem escondendo seu cerne. Eu pude ver num clarão, por uma fração de segundo, seu peito brilhar. Eu sei de uma fagulha, uma centelha aí dentro. É uma faísca esperando por uma ignição completa. Deixa-me acender o fósforo. Eu quero ver essa carne velha queimar e me incendiar com você. Das cinzas renasce a fênix. 

Hoje à noite, nada mais me importa. Se eu puder aliviar um décimo do que te dói, eu estarei inteiramente em paz comigo mesma.

Conta-me. Abre-te comigo. 

Eu não quero machucar-te... só quero sentir-te.

3 comentários:

v.r.b.f disse...

Nosssaaaa!!!!!
Estou sem fôlego!!!!!!
Lindo texto!!!!!

Monique disse...

Estou sem fôlego 2
uiaehaeuihaeuihaae
depois faço um comentario sobre esse texto.. mas nao pode ser por aqui
aeuihaeuihaeuea

Bianca L. Forreque disse...

Ai ai. Que bobeira. hahaha