domingo, 28 de dezembro de 2008

Para onde foram os ramalhetes? [uma citação]

“Quando foi a última vez que você ouviu alguém anunciar ʻestou loucamente apaixonadoʼ

sem pensar ʻespere até a manhã de quarta-feiraʼ?”

Logicamente, esse trecho não é meu, bem como o título, que foi adaptado de um livro de

Candace Bushnell. O que importa é que é uma boa introdução para o meu texto.


Conhecemos vários tipos de amor durante a vida. Amamos nossos pais, irmãos, primos,

tios, namorados, amigos...

Com cada um deles, experimentamos uma sensação diferente, mas se todos são

importantes, por que o amor romântico foi o mais desvalorizado de 

todos?

O que aconteceu com as noites agradáveis em pequenos restaurantes de comida

italiana?

Vinho tinto, velas, um caneloni maravilhoso, música ambiente e depois, quem sabe, uma

esticadinha maravilhosa que terminaria em um delicioso café da manhã cheio de frutas e

tipos de pão?

Isso pareceria ótimo para muitas pessoas, mas fica apenas na teoria.



Hoje em dia colecionamos mais casos que queremos esquecer, do que casos que

queremos lembrar.

E alguns possuem tantos casos que não teriam nem como lembrar.

O que antigamente era o auge de um relacionamento, hoje em dia se tornou algo que

muitas vezes é vazio.

Não estou falando apenas de sexo ou beijo na boca.

Estou falando de abraços, carinhos espontâneos, troca de olhares.

Há um tempo não muito distante isso costumava significar algo especial, mas atualmente

a maioria das pessoas não quer chegar nem perto de transformar essa quase realidade

em realidade.

Mas para quê fariam isso, afinal?

Com tantos artifícios divertidos por aí: garotos e garotas bonitas; álcool; música alta... há

de convir que manter-se em várias “fake relationships” parece bem mais fácil que manter

algo substancial e ter que se afastar de garotos ou garotas atraentes que estão por aí.


Não vemos mais muita gente namorando. É o namoro da atualidade. Hoje em dia existe

algo em torno de relacionamentos soltos que não conectam uma pessoa a outra que

chega a assustar.


O que eu vou dizer vai parecer piegas, mas muito disso é produto do medo. O que é

natural.

Quando se conhece alguém legal, que combina com você e que te faz rir, mesmo se a

piada não for engraçada, assusta.

O medo de perder o envolvimento todo, ou da pessoa não te ver da mesma forma que

você a vê cria milhares de complexos escrotos e infundados (ou não tão infundados :~ ),

que te freiam.

“Se você não quer que te roubem, crie suas próprias oportunidades”.

Grande conselho. Fica tão bonito falado ou escrito, mas é um grande nada quando se

trata de prática. O que me deixa bem desapontada.


Mas o pior dessa onda de insensibilidade são esses casais que estão juntos por não

verem outra alternativa.

Tenho uma amiga (x), que há um bom tempo atrás namorou um cara (y).

Passaram muito tempo juntos. Não se desgrudavam, posts fofos em fotologs eram regra

diária.

Mas x, um dia, terminou. Disse que o amor acabou.

Y ficou desolado, mas continuou amigo dela normalmente.

Estava hoje sentada com minha tia, conversando e bebendo uns drinks maravilhosos,

quando ouvi meu celular tocando... era x!

Estava “muito feliz” porque ela e y se “amavam muito” e queriam voltar.

Mas, eu me lembro muito bem dela feliz da vida por ter voltado a se “aproximar” de um

caso tórrido que tinha vivido há uns dois, três anos.

E também me lembro da tristeza dela ao descobrir que não passaria de uma aproximação

orkutiana, porque o garoto não queria repetir figurinha, se é que vocês me entendem.

Enfim, fiquei feliz por ela, mas, ao desligar, virei pra minha tia e perguntei se o amor

estava tão banalizado que era capaz de “voltar”, só por uma conveniência boba

(eufemismo para solidão?).

Será que a oportunidade de conhecer um sentimento de desejo fora de controle em

grande estilo como em “O Último Tango em Paris” estará para sempre perdida, como a

oportunidade de assistirmos a um novo filme do (falecido) Marlon Brando no cinema?

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Pois é... que me perdoem, mas eu não anotei o autor desse texto. Ele estava impresso, guardado em meio a uns textos que eu guardo aqui, no meu home, sweet home. Acho ele legal e quis dividir. 

Sem mais.