quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Flores

Sabe quando um fato, que geralmente nos passa despercebido, faz o nosso dia um pouco melhor? (Pode ser só um pouquinho)

Pois é, eu tenho me sentido assim todos os dias, desde que a Azaléia primeiro floriu. Fazia alguns anos (sinceramente) que ela não dava flores. E isso me incomodava, o que é engraçado. Eu me perguntava por que ela não desabrochava mais... afinal, quando eu era pequena, ela dava flores praticamente todos os anos, em cada inverno. O solo estava sem nutrientes? Não estávamos cuidando bem dela? Faltava água?
Foi então que, neste ano, eu recebi um punhado de adubo da minha Avó. Como eu "tomo conta" de vários vasinhos no meu canteiro, me serviu muito bem. A quantidade que Vovó me dera parecia muito pouco, não sabia se ia dar ao menos para as plantinhas do meu quarto. Porém, dosei bem em cada colher. Quantidades iguais, mas o bastante para todas. E ainda sobrou um tiquinho... adivinha onde eu despejei esse (farto)"restinho"? Sim, no vaso da Azaléia. O que me parecia muito pouco tornou-se muito. Muito mesmo.
Hoje a Azaléia está florindo. Linda, linda! Como ela não o fazia há muito tempo... e isso me fez lembrar de algo. Uma arvorezinha delicadíssima que, às vezes, não nos parece tão bela quanto já fora. De vez em quando somos insensíveis e não percebemos o que falta a ela. Se é o solo, a falta de luz, de água(...). Mas, alguém nos abre os olhos e estende-nos um pouco de adubo. Diz que devemos cuidar melhor dela... Então, se dedicamos um pouco de nosso tempo e carinho, ela volta a crescer, florir e render bons frutos.
Se hoje você tem boas árvores, saudáveis e plenas de flores, agradeça ao alguém que te ofereceu adubo; a você mesmo, que soube cuidar da planta e a ela também, que lhe oferta uma beleza incomparável e fundamental. Todos os dias.

Graças a um bom semeador, minha floresta permanece densa. E, nos dias de sol extremo, a copa de cada árvore me guarda dos raios nocivos. Porém, quando eu quero observar as estrelas, eu ainda posso vê-las. E, junto de mim, o arvoredo as observa também...


E a Azaléia vai florindo, florindo...


domingo, 19 de agosto de 2007

Constructing (HIC!) the future (hiic!)


Hoje a NASA postou uma foto entitulada "Constructing the future". A imagem é essa que você vê aqui ao lado. Bonito, não? Homens se aventurando num espaço infinito pelo bem de toda a humanidade. Engraçado; eu pensava que homens se arriscavam ainda mais para construir cidades inteiras, bem aqui, perto de nós.

Não é questão de menosprezar o trabalho de vários astronautas que, inquestionavelmente, se embrenham no pseudo-vácuo a fim de construir, tijolo a tijolo (figurativamente, gente, por favor), um futuro muito sólido para os terráqueos lá fora. Eu só não entendo por que muitos homens, humildes, não são tão prezados como eles. Veja só: o seu nicho foi construído por mãos calejadas, de pessoas que passam por momentos difíceis todos os dias. Eles vivem cada dia sem saber se amanhã tudo estará bem. Ou seja, todo momento é um desafio para essa gente. Não há segurança total em seu trabalho, o salário é baixo e os direitos que têm, são (muito) parcialmente reconhecidos. E, além de montarem a sua casa, eles montam as demais casas, edifícios, consolidam lojas, enfim: erguem os nossos municípios e cidades. São eles que levantaram países como o nosso, e continuam trabalhando nele. Se não fosse por essas pessoas, quem teria construído todo esse espaço habitável? E, seguindo a lógica pura, se não houvesse todo esse meio, como os futuros astronautas poderiam crescer, se desenvolver e, ao fim, chegar no espaço sideral?

O que me entristece é que enquanto crianças querem crescer e ser “marujos do espaço”, ninguém (arre, essa generalização) valoriza os nossos construtores. A base de todo crescimento edificado. Por favor, me digam: qual a graça em honrar indivíduos que trabalham (pilotam!) embriagados e esquecer dos que suam, se cansam e mal têm dinheiro e tempo para comprar sua bebida?

Mais uma vez: não me vem à cabeça criticar os astronautas como um todo. Além do mais, todo esse avanço tecnológico e científico me embasbaca. Nada disso condiz à NASA, mas a nós mesmos. Se não damos o devido valor aos que constroem aqui na Terra, como valorizamos o que está fora de nossa órbita?





Pensando bem, vou postar uma foto também:

"Construindo o Passado, o Presente e o Futuro"